Imunoistoquímica

Para chegar a um diagnóstico definitivo de uma lesão, o patologista examina ao microscópio as células que a compõem. Durante o período de Residência, o médico aprende a reconhecer as células e os tecidos normais que compõem o nosso corpo. Para cada tipo de alteração na forma, existem nomes codificados para as doenças.

Só que existem alguns tumores diferentes, com tratamentos totalmente diferentes um do outro, mas que são formados por células muito parecidas entre si ao exame microscópico. Para resolver estes casos, foi inventado o estudo chamado imunoistoquímico, que envolve reações químicas entre as proteínas presentes nas células cancerosas e anticorpos previamente preparados e marcados com proteínas conhecidas.

Pelo resultado dessas reações químicas, umas positivas, outras negativas, é possível saber o nome exato do tipo de tumor que está acometendo o paciente.

Somente assim será possível escolher o tipo mais indicado de tratamento.

Seu médico pediu um exame imunoistoquímico? Saiba qual o processo para este exame.

Imuno – essa abreviatura pode referir-se a dois tipos diferentes de exame, ambos realizados no Pathos:

  • Imunoistoquímico
  • Imunofluorescência

Exame Imunoistoquímico

É o mais comum. Deve ser realizado quando o exame anatomopatológico convencional, feito com a coloração de rotina (hematoxilina-eosina) não permite chegar ao diagnóstico definitivo.

Exemplo: imagine uma lesão bem escura, de bordas mal definidas, forma irregular, localizada na pele das costas de um paciente masculino de 31 anos. Na história, o paciente conta que essa lesão começou a crescer.

  1. Ele vai ao seu dermatologista e realiza uma biópsia “incisional” (é retirado apenas um fragmento da lesão, ao contrário da biópsia “excisional”, que retira a lesão inteira).
  2. O material é enviado para o Pathos realizar o estudo anatomopatológico e definir qual é a natureza daquela lesão: é um câncer? Se for, está na fase inicial ou já avançada? Se não for câncer, o que é aquela lesão?
  3. Após ser analisado pelos patologistas, chega-se à conclusão de que as características da lesão são sugestivas, mas não conclusivas de melanoma maligno (um tipo de câncer de pele que pode levar o paciente à morte).
  4. É sugerida pelo laudo a realização de um estudo imunoistoquímico.
  5. Através deste exame, são feitos novos cortes da amostra e sobre os fragmentos do tumor são acrescentados anticorpos específicos.
  6. Pelo resultado, é possível definir com segurança se aquele tumor é mesmo um melanoma maligno ou outro tipo de tumor com aspecto semelhante ao do melanoma, cujo tratamento é diferente.

Existem outras indicações para o estudo imunoistoquímico, por exemplo a pesquisa de células ganglionares na parede do intestino de crianças com dificuldade para evacuar (aganglionose – doença de Hirschprung ), a pesquisa de células meio-epiteliais em casos de suspeita de câncer de próstata etc.